quinta-feira, 12 de abril de 2012

A História...

 
                                                                          Por Samara Ferreira da Silva

Construímos nossa vida de histórias... algumas nos fazem rir outras nem tanto, porém reconhecemos que são através das experiências que adquirimos e das pessoas que conhecemos que transformamos nosso modo de entender o mundo e agregamos valores aos que já trazemos conosco.
Ao permitirmos que estranhos passem a ser parte de nossas vidas e juntos construímos uma história em comum estamos seguindo simplesmente mais um ciclo natural ao homem, que por essência é um ser que necessita viver em grupo e a partir deste contato vemos o outro como uma extensão de nós mesmo e a isso costumamos chamar de amizade.
Tudo começou com uma escolha, uma daquelas que por mais difícil que seja é inevitável. Escolhemos a HISTÓRIA, por vocação, curiosidade, falta de opção ou qualquer outro motivo, esta foi a decisão que uniu um grupo de pessoas que poucos meses antes desconheciam a existência uns dos outros, mas que em comum tinham tal escolha.
Iniciamos nossa trajetória na universidade e hoje quatro anos depois estamos nos preparando para a formatura, olhando tudo que vivemos as amizades construídas, as brincadeiras, as divergências, tudo que aprendemos em contato uns com os outros e com os professores, hoje são parte de nós e de nossas memórias. Percebemos que chegou o momento de nos despedirmos. Cada um vai seguir seu caminho longe deste ambiente acadêmico e que poucas vezes voltaremos a nos reunirmos.
De qualquer modo ficará para sempre estes momentos vividos e as Histórias construídas, os sorrisos, as frases que marcaram, as brincadeiras irreverentes, os deslizes e gafes compartilhadas, episódios únicos que lembraremos sempre.
Muitos fazem História, mas poucos sabem escrevê-la” esta é a frase de Oscar Wilde que usamos em nosso blog e que agora uso para descrever tudo o que vivemos e escrevemos durante estes anos de convivência e aprendizagens. Pois fizemos História e a escrevemos com ações, palavras, gestos e sentimentos, bem mais do que um diploma e uma bagagem teórica adquirimos na Universidade amizades...
Foram histórias vividas, narradas e escritas que construímos no dia a dia e partilhamos com os amigos. Lembramos daquele episódio engraçado e compartilhamos risos, daqueles mais tristes e unimos- nos na solidariedade.
Criamos pequenos grupos de afinidades e com eles compartilhamos mais momentos, porém somos uma turma que aprendeu a se respeitar e dividir...
O que dividimos mesmo?
A ansiedade no primeiro dia na Universidade, onde vemos pela primeira vez uns aos outros... O primeiro dia no CCH... A aula da Maria Antônia logo de cara!...A paciência do professor Gleison Monteiro... O carinho e a garra do professor Benedito Genésio que com sua eterna juventude nos cativou, a ponto de hoje temos ele como referência de dedicação e levamos o seu grito de “ALFKLÄRUNG” em nossos corações e mentes, que possamos ser realmente luz por onde passarmos e saibamos compartilhar nossos conhecimentos com sabedoria e amor... Sejamos luz para nossos alunos, assim como um dia tivemos aqueles que estavam prontos para iluminar- nos com seus saberes. AGENOR JÚNIOR, CARLOS AUGUSTO, ALÊNIO CARLOS, CHRISLENE, VIVIANE, PAULO HENRIQUE, IGOR MOREIRA, MARIA JOSÉ, GABRIEL ASSIS, ADAUTO DUQUE, a todos nosso muito obrigado!!!
Dividimos também o cansaço, as angustias em dias de provas, a pipoca na hora do intervalo!!! Brincamos de adedonha no final do 8º período, de roda e de mímica ( na casa do tio Genésio), Jonathan e Paulo Roberto lutaram com uma espada de plástico na sala ( a espada foi um presente de aniversário dado pela Gleiciane ao Paulo Roberto, lembrando a infância todos nos divertimos com esta brincadeira). Jogamos UNO!!! Criamos jogos educativos e nos divertimos com eles na disciplina de Estágio IV... Participamos de reivindicações na UVA em prol de concurso público.
            Como sempre dizem que os historiadores são revolucionários... não podíamos ser exceção, mas revolucionamos cada um a seu modo, com pequenas ou grandes atitudes deixamos nossa marca e construímos aquilo que nos é tão precioso... memórias.
          

terça-feira, 29 de novembro de 2011

14° Encontro Memorado da Disciplina. Em 18 de Novembro de 2011


                                                                      Por Emídio Johnson Sales Magalhães


Geralmente iniciamos nossas aulas de Carlos Augusto com o texto de algum pesquisador da História do Brasil, então no decorrer da aula o professor faria um meio de relacionar Camocim com a História Geral.
 Neste encontro não foi diferente, mas dessa vez já começamos falando de Camocim logo, então depois o relacionamos com a História do Brasil. Nossos textos de hoje também foram diferentes, não são de Mary del Priore, Evaristo de Veiga ou Isabel Lustosa, antes analisamos três reportagem do blog: “Camocim pote de Historia”  que fazem menção a Carlos Lacerda e a Esmerino Arruda, atual prefeito do município de Granja, e também a outros personagens como a um tal Milton “Cachorrinho”.
 O professor explicou antes de compartilhar a leitura do texto que o blog de sua autoria fora criado intencionadamente para o município de Camocim com propostas de corresponder ao gabarito histórico do município, ou seja, manter o relacionamento dos cidadãos com as produções históricas sobre a cidade. Seria o dialogo academia - comunidade. Enfatizou que o espaço virtual alcançara dimensões antes não imaginadas completando nesta semana seus 17 mil acessos.
 Além das produções publicada no blog cujos temas estavam diferentemente relacionados ao contrabando nos municípios de Granja, Camocim, Chaval e Acaraú, estudamos o contraponto destas produções: um livro de caráter memorialista de Esmerino Arruda, um político que segundo Carlos Lacerda seria um dos principais mentores do trabalho sujo naquele período.
As postagens eram analises de reportagens imprensas do jornal                    O Povo datados dos anos de 1963 e 1964, foram divididas em três partes e obtiveram repercussão satisfatória, com comentários e outros diálogos informais entre autor e leitores. Os jornais informavam a denuncia de Carlos Lacerda, (jornalista assassinado no ano de 1977), á vários políticos imponentes no período, dentre eles Esmerino Arruda.
A esta altura o professor nos chamou a atenção para a autenticidade da denuncia, se procediam eu não, que diferença isso faria na nossa história política. E sugeriu para reflexão da turma a idéia de que “o Contrabando na História do Brasil e do Ceará iniciou já na Colonização”. E prosseguiu no debate de modo radical ao afirmar que: “O Contrabando é a chave da História”.
Isto me fez recordar aulas anteriores em que o professor havia afirmado que “O ato de burlar é o que movimenta a História!”, e explicou que “Se não fosse possível burlar, não seria possível questionar”. Lembro-me também que a turma concordou, responderam que toda a sociedade burla. Que era impossível na sociedade de hoje, em cidades interioranas, onde há falta de recursos, o indivíduo não burlar.
Não concordei, é claro, com esta generalização, mas fiquei calado, porque me pareceu que era o único “do contra”. É que ainda acredito em integridade moral.
Após as discussões sobre as postagens, passamos para a próxima fonte, o livro: É isso aí meu filho, de Esmerino Arruda. O professor leu o capítulo concernente a resposta de Esmerino a denúncia de Carlos Lacerda. É neste capítulo que ele justifica a escrita de sua memória: prestar satisfação pública de sua inocência no caso do contrabando. Ele se propõe a fazê-lo explanando a vida pessoal, política, pública e intelectual de seu acusador, chegando até mesmo a por em questão as faculdades mentais e emocionais do então conhecido como Demolidor de Presidentes. Para tanto Esmerino Arruda chega até mesmo a usar a teoria do complexo de Édipo para provar sua concepção sobre Carlos Lacerda, ou mesmo para dar peso científico a sua escrita.
Carlos Augusto mostrou-se muito impressionado com a escrita do prefeito, já que este não possuía nenhuma informação acadêmica - até onde sabíamos - na área de lingüísticas ou humanas. Era formado em medicina. Mas antes questionou o porquê do titulo do livro, e também a autenticidade da autoria da obra, sugeriu que alguém poderia ao menos ter ajudado-o a produzi-la, já que sua escrita desenvolve-se na primeira pessoa do singular.
Foi aberto espaço para novos discursos, o professor quis focar a utilidade da História neste caso e para tanto exclamou: ”Viram como fazer História é fácil? Para que a História serve?” e prontamente respondeu: “A História serve para defender políticos corruptos!” Foi um modo criativo e irônico de questionar o nosso papel como historiadores, como guardiões da memória do nosso país e também como reprodutores do conhecimento em sala de aula, no caso dos professores.
Lembrei-me então que o próprio Carlos Augusto, que nesta aula menciona que é fácil fazer história havia dito em outra aula também recente que “Estudar História era estudar o desânimo!”
Parece contraditório, mas compreendo que a historia possa ser desanimadora quando percebemos – também nas palavras do professor - que nada no Brasil muda de modo radical, quando a usamos em favor de interesse pessoais e egoístas, quando vemos os mesmos erros serem repetidos no mesmo espaço muitas vezes sem que os autores da História, como frutos do seu tempo e indivíduos agraciados pela memória, possam causar transformações para o bem de todos e promover atitudes para a manifestação do multiforme conhecimento que a humanidade pode produzir. Concluo então que a Historia possa sim ser desanimadora e, que também possa ser fácil, mas penso que é bem melhor que ela seja mesmo é difícil, porque então tentar entendê-la e refleti-la seria muito mais dinâmico.  
 No curto trecho que lemos do livro-memória do Esmerino pudemos extrair alguns fatos da História Geral do Brasil, os quais o professor ia destacando na lousa na medida em que os identificávamos na leitura: Revolução de 30, Movimento Estudantil, Comunismo, Queremismo, Luis Carlos Prestes, Plínio Salgado, Olga Benário, etc. Então o professor exclamou: “Quanta história podemos extrair através de uma memória só!”
 Neste ponto da aula, eu mesmo fui quem me senti protagonista da História: sai de minha cidade a fim de assistir a uma aula sobre grandes nomes e representantes da História talvez, e o que encontro na aula é a história de um político presente na realidade do meu dia-a-dia, pois está vivo (História do tempo presente), pude sentir a história bem perto de mim, quase pude apalpá-la. Só então consegui de modo bem particular pensar em como, de uma forma tão plural Esmerino Arruda “faz” parte da construção e transformação da História do Brasil também. Aplicando ao que disse o professor Carlos Augusto também nesse semestre que “Se você não entender suas relações com a História você está morto!” Agora... Eu estou vivo!
Ao prosseguir a leitura do livro, o professor novamente questiona a escrita de Esmerino, e procura alimentar a tal hipótese da existência de um co-autor. Como fiquei de perguntá-lo, descobri que ele obteve sim a ajuda de uma de suas filhas.
Também aprendi um pouco do desenvolvimento profissional de um político e onde este desenvolvimento pode interagir com a vida devocional de um evangélico.
1) Um político durante sua trajetória vai se encorpando, vai se desenvolvendo, então já encorpado e maduro vai se desencorpando, ex: Lula.
2) Um político carismático pode ser muito admirado, mas também são vítimas da “odiêsa”, ex: Esmerino.
3) Os políticos que são de esquerda que passam para a direita são os piores, ex: foi o caso de Carlos Lacerda, de militante comunista passou a perseguidor do comunismo.
Na continuidade da aula, questionando o fazer histórico, o professor perguntou: “Já que o texto fala de neutralidade, até que ponto podemos analisar a sua parcialidade – considerando a memória como um testemunho oral?” Então afirmou com cara de profunda reflexão: “Os testemunhos orais estão se tornando muito caros para a História” E explicou: “Caros no sentido de fortes, de enriquecimento.”
E pra finalizar a aula o professor nos despediu com uma pergunta como na intenção de nos deixar, mesmo após a aula, a refletir o aprendido na noite, indagou: “Até que ponto a memória de Esmerino interage com os fatos históricos do Brasil?”
Além disso, ainda conseguimos mencionar na aula: nordestinos na Amazônia, história fotografada, Paulo Freire, seca neutralidade ou neutralidade molhada, indivíduo com contrabando ou indivíduos “mercadoria sem nota’’, um caso camocinense de falsos policiais fardados no porto de Barroquinha, etc.
Não entendi ao certo como Amazônia e o SEMTA entraram no assunto da aula, quis perguntar, mas não o fiz porque isso denunciaria minha falta de concentração ao conteúdo da aula, mas tudo bem seja lá o que tenha acontecido na Amazônia, faz parte da história do Brasil... E se perscrutarmos veremos que tem até alguma coisa haver com uma cidade do Ceará chamada Camocim.
Assim foi nossa aula de História do Brasil III, começamos num blog de Camocim, chegamos de algum modo no Queremismo de Getúlio. Falamos de contrabando no Nordeste e mencionamos a Revolução de 30. E quem diria que um político nordestino formado em medicina – o prefeito ‘‘da’’ Granja – poderia fazer cirurgias na História do Brasil?



Segundo Encontro - História do Brasil III . De 17 a 19 de Agosto de 2011

Por Emídio Johnson Sales Magalhães

Nosso segundo encontro da disciplina ocorre extra-sala, em virtude dos três dias do I seminário do PET – História da UVA, ocorrida em 17 á 19 de 2011. O tema escolhido para o primeiro seminário foi História e Documentos.
                   O momento e data para realização desse evento foi puramente oportuno, já que neste mesmo ano de 2011 o Curso de História completa 50 anos, e no dia 19 de agosto comemora-se o dia do historiador. O grupo PET surpreendeu o CCH, na medida em que decidiu realizar o seminário antes mesmo de completar um ano de funcionamento.
                     Deveríamos descrever inicialmente o primeiro momento no auditório, a palestra de abertura. Porém um encontro de estudantes como esse não começa com a palestra de abertura, então iniciarei memorando a partir do credenciamento, o qual não deixou a desejar em organização, recepção e disposição de material. Na pasta de credenciamento continha além da ementa de cada tema escolhido nos mini-cursos, os textos a serem utilizados nestes. Curiosamente também havia uma mensagem de motivação. O titulo era: A fita métrica referia-se ao modo sobre como se deve medir uma pessoa: “não é a altura, nem o peso, nem os músculos que tornam uma pessoa grande. É a sua sensibilidade sem tamanho”:- dizia o ultimo verso da mensagem. Só depois eu descobria que nem todos receberam a tal mensagem, somente o que fizeram o mini-curso que escolhi, fazia parte dos textos escolhidos por Tema Bessa para o mini-curso de História Oral. Ela o usaria no primeiro dia de aula com uma dinâmica muito produtiva e envolvente.
 O folder programático estava de fácil compreensão visual. E a programação muito rica com oficinas, grupos de trabalhos, mini-cursos e, além, é claro, das palestras e programação cultural. Na primeira noite, o grupo PET com seus 12 membros e o seu tutor professor Carlos Augusto foram apresentados. Expuseram para todos os ouvintes e curso de História como trabalhavam, e como funcionava o grupo, quais as propostas, projetos e pesquisas, que foram realizadas durante os nove meses de existência do PET.
Ouvimos que todos os bolsistas do PET cumprem horário semanal no NEDHIS, onde realizam diariamente a catalogação, sistematização, manutenção e limpeza dos documentos.
                    Os trabalhos de pesquisas eram os mais diversos, recordo-me que havia projetos sobre patrimônio em Sobral, sobre procedimentos metodológicos sobre a atividade do historiador em sala de aula e, também sobre o uso de imagens como leitura do desenvolvimento urbano de Sobral. Os outros estudantes além dos petianos, também tiveram oportunidade de apresentarem trabalhos, incluindo a mim, a partir de documentos escritos em sua maioria do acervo do NERDIS. Quase não houve debates, pois eram muitos trabalhos e o tempo foi pouco.
Pela manhã dos seguintes dias ocorreram atividades que trabalhavam a relação Escola - Universidade, a demanda foi aproveitável e a tarde ocorreram os mini-cursos que apesar de serem no horário distinto do turno do curso de História, também atingiram quantidade notável de alunos.
A palestra do segundo dia contou com a presença do Professor. Dr. Eurípedes da UFC. Foi lhe proposto palestrar na noite sobre a História do Grupo PET no Brasil, e sua tragetória até a consolidação deste projeto.
 O nome Eurípedes Funes, não me era estranho, pois o professor já Gleison Monteiro já o mencionado em suas aulas. Professor da Universidade Federal do Ceará, ele iniciou sua fala com a leitura de um jornal universitário de cerca de 25 anos, cuja reportagem narrava á formação do primeiro PET do Brasil formado na UFC, fora ele portanto o primeiro professor - tutor do programa do PET. Explicou que antes a sigla PET significava Programa especial de Treinamento, e não Programa de Educação Tutorial, como é hoje. Mencionou as vantagens do curso que conta com esse programa e citou alguns de seus alunos que foram bolsistas do PET e o que eles conquistaram hoje no ambiente profissional.
                 Refleti sozinho por um instante: Hoje estão presentes num mesmo auditório, no CCH da UVA, no Ceará o primeiro e também o último, tutores do projeto PET no Brasil.
 No ultimo dia na palestra final, a dispensação de conhecimento foi ainda melhor. Sobre o tema: Jornal: Memória, Documentos e Fontes Históricas tivemos a professora Dra Adelaide Gonçalves como palestrante também da UFC.  São 19 de agosto e comemoramos hoje pela segunda vez o dia do historiador.
Ela expôs o Histórico da Impressa Brasileira, no decorrer das décadas de 30, 60, 70 e 90, citando nomes, jornais, revistas e assuntos históricos referentes ao período. O primeiro pesquisador citado por ela foi José Honório Rodrigues a quem descreveu como, possivelmente, o principal historiador do Brasil em História da Historia. Posteriormente ela também mencionaria Gilberto Freire, este, ela o exalta sem constrangimento algum, e o define ousadamente como o maior intelectual do Brasil atualmente.
Adelaide sugeriu para leitura varias obras, das quais posso me recordar de duas: ”O açúcar” principal obra de alimentação no Brasil e que contém receitas de Sobral. E a outra obra era nas palavras dela: o melhor estudo que os historiadores produziram sobre a impressa universal: A Formação da Classe Operaria Inglesa de E. P. Tompsom. Lembrei que havíamos estudado Tompsom no semestre anterior, na disciplina de História Moderna II. Também ela citou a Revista Piauí, e perguntou quem dos presentes no auditório assinava esta revista, para vergonha do curso de história ninguém levantou a mão. Eu não quis ser o único a levantar a mão.
Ela possuía alguns vícios de linguagem com: “segue sendo’’, que na verdade tornava a sua fala mais agradável. Ela também me pareceu um tanto pessoal, ou sentimental quando afirmou que era dever do historiador “recordar”, mais recordar no sentido de lembrar com o coração”.
 Sobre acontecimentos históricos da impressa ela nos trouxe inúmeras curiosidades tais como a informação de que os primeiros períodicos do Brasil foram produzidos clandestinamente em Londres; que antigamente os editoriais ficavam no fundo dos periódicos e não na segunda folha-verso da capa, como é hoje; que os nomes próprios de alguns jovens anarquistas eram: “Ideal”, “Germinal” e similares; ainda que, antes alguns homens assinavam por pseudônimos de mulheres para sugerir que havia mulheres na produção.
 No fim, ela fez a leitura de várias imagens expostas através de data-show, extraídas de jornais brasileiros. As fontes eram sempre precisamente exatas. As temáticas das imagens escolhidas eram fortes, os temas que marcaram para a sempre a história da humanidade: capitalismo, ideais da igreja católica versus evolução, liberdade, feminismo e operariado. Ela chamou atenção para o estilo da escrita da época, escreviam-se mais eloqüente, a linguagem não era travestida como a contemporânea.
A Dra Adelaida mostrou um seqüência de imagens onde interpretou nelas a evolução dos símbolos que representaram a liberdade no decorrer dos anos de existência da imprensa. A primeira imagem era o conhecido quadro de Eugène Delacroix : “A Liberdade Guiando o Povo”, aquela da mulher de seio de fora com uma bandeira vermelha, as próximas foram substituídas progressivamente, da figura da mulher pela do homem como demonstração da força, segurança, e imponência, já a última imagem era a figura masculina com o busto a mostra, exibindo músculos salientes e uma postura de superioridade. Ela explicou que a figura feminina como símbolos da revolução e liberdade é contemporaneamente substituída pela imagem do masculino.
Para encerrar a palestra ela mencionou a consigna que fecha o livro de Marx e Engels, O Manifesto Comunista: “PROLETÁRIOS DE TODOS OS PAÍSES, UNI-VOS!” – esta frase fora muito utilizada por jovens anarquistas.
E não poderia encerrar esta memória sem mencionar a ilustração que mais me chamou a atenção, chamava-se: Derradeiras Machadadas. Um homem com algemas partidas e com um machado na mão no qual estava escrito o nome “Anarquismo” cortava os galhos secos de uma arvore feia, no caule desta planta velha estava escrito “Autoridade” e “Iniqüidade Moral”, e nos demais galhos expressões como: Comércio, Opinião, Ensino Viciado, Hipocrisia, Ciúme, Crime, Família Escravizada, Política, Legislação e outras palavras que representavam o sistema a qual os anarquistas demonstravam-se insatisfeitos.
Na hora dos debates, o primeiro inscrito foi o professor Carlos Augusto, sua pergunta a professora era um tema contemporaneamente questionável: “O livro vai acabar? O jornal vai desaparecer?...” – A resposta da Professora Adelaide, eu não pude ouvir, pois nesta hora tive de me ausentar do auditório, senão perderia minha carona nos ônibus universitários.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Memória da aula, Brasil III: (dia catorze de Outubro de dois mil e onze)


Por Déborah Mendes Augusto

A aula do dia catorze de outubro de 2011, teve como assunto a discussão do documento: “introdução ao programa revolucionário do clube 03 de Outubro, editado em 1932”, retirado do livro: “A revolução de 30 textos e documentos”, livro esse levado pelo professor Carlos Augusto para que – de acordo com as suas colocações – pudéssemos perceber as várias facetas da república. Após apresentar- nos o documento, o professor iniciou a leitura do mesmo.
Por mais que a leitura tenha sido feita unicamente pelo professor, as análises resultantes do texto estudado foram proferidas por todos os alunos, de uma maneira compartilhada, progressiva. A primeira discussão levantada na aula, foi sobre o real significado da república e o professor nos lançou a seguinte provocação, retirada de um trecho do documento: “a república não deu certo por que não foi trabalhada a cultura e a educação do povo ?!”, após a leitura de tal frase, se tornou perceptível a reflexão de alguns alunos, que por mais que não tenham se pronunciado em sua maioria, deixaram- se mostrar interessados pela questão lançada. Nesse momento o professor continuou a leitura o que nos fez lembrar, que a falta de intelectualidade dos contemporâneos da república velha, não foi o único problema desse momento, deve-se levar em conta a estrutura de poder que foi se solidificando nesse período e como o nepotismo, com a divisão arbitrária do cargos públicos, se tornou uma prática habitual do momento em questão. Acrescentando ainda: “Os honestos cada vez mais se afastam da política.” O que instigou o debate entre alguns alunos que acabaram por discorrer as práticas de corrupção tão presentes ainda no nosso país, enfatizando o caráter repetitório de muitas práticas políticas e econômicas que ainda persistem em nossa estrutura social.
O professor, seguindo a leitura do documento, falou sobre os aspectos positivos que existiam na monarquia, tão exaltados por alguns sujeitos da primeira república. Partindo dessa monarquia, o professor nos apresentou a palavra: “procrastinações” que na opinião dele em muito tem a ver com os fatos mal resolvidos da nossa sociedade, ou seja, é exatamente tudo aquilo que foi deixado para depois na nossa história.
A partir da leitura compartilhada do texto em questão , alguns alunos e o próprio Carlos Augusto, acabaram por entender que para os elaboradores do documento, foi como se a república tivesse representado uma verdadeira mentira.
Falando sobre a importância do nosso papel como historiadores na interpretação e contextualização dos registros estudados, o professor falou: “É necessário penetrar profundamente”, o que acabou gerando algumas risadinhas sobre a maneira descontraída com que nosso professor se expõe, o que fez com que o mesmo se explicasse: “é necessário atingir até o espírito, sentir o que essa penetração está subjetivando”, o que nos fez refletir sobre a importância da pesquisa bem elaborada.
Dando seqüência a contextualização, foi lembrado que no império existia a atuação dos quatro poderes: legislativo, judiciário, executivo e moderador. E o professor incitou a discussão sobre a real função e atuação desse poderes na prática, levantando as seguintes indagações: “Ainda há perseguições? Os impostos são realmente para todo mundo? As nossas organizações são realmente livres? Falando sobre os casos no Brasil em que se fez necessária a intervenção federal, como nos episódios do Espirito Santo e do Rio de Janeiro.
Em certo momento do texto a questão da NAÇÃO foi enfatizada. Com a passagem: “realizemos a democracia” o professor nos perguntou o que de fato a frase quer nos dizer? Com a fala de alguns alunos a função dos conselhos foi posta em discussão, com o professor nos instigando: “imagine se tudo funcionasse como deveria ser?!”. Nesse momento, o mesmo falou sobre uma orientanda sua que tratou em sua pesquisa sobre a experiência inovadora da cidade de Santana do Acaraú , em que o povo passou a ser ouvido com o chamado: “conselhão”, comparando-se a participação que a massa tinha na chamada Grécia antiga.
O nosso colega Paulo Roberto falou sobre o que era o “conselhão”, que na sua opinião tinha a função de ser o quarto poder, desse modo, representava o  poder de intervenção do povo na política local, com a existência de um delegado em cada bairro. Esse sistema de organização política acabou mudando com a alteração da gestão municipal.
Ao nos aprofundarmos na leitura, o professor pediu para que observássemos onde a palavra democracia e a reivindicação por essa, aparece no documento. Alguns alunos reforçaram o discurso pragmático, apontando as persistências ainda existentes em nossa contemporaneidade. Porém, o professor nos fez lembrar que quando dizemos que “nada mudou” estamos na verdade acabando com a história. Posteriormente ele nos pediu para analisarmos o que de fato torna o documento atual, quais são os setores da sociedade que ainda repercutem esse discurso.
Em seguida (mais precisamente às 19: 45hras) nos pediu para que analisássemos o presente documento e que posteriormente discorrêssemos sobre as impressões que conseguíssemos extrair do mesmo. A partir desse momento, alguns alunos ficaram em sala de aula realizando o trabalho estabelecido. E a aula, com a participação do professor se deu por encerrada.



quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Exposições de material didático



Os estudantes do 8º semestre do curso de Licenciatura em História da UVA irão realizar a I Mostra de Material Didático. Os jogos produzidos foram confeccionados dentro da disciplina ENSINO E PESQUISA EM HISTÓRIA, ministrada pelo prof. Alênio Carlos Noronha Alencar. 




Dia: 06 de dezembro
Local: Campus do Junco
Horário: Noite

Segunda Chamada de Prova CEARÁ II

Dia 30/11 (quarta-feira) somente precisa vir a universidade quem vai fazer segunda chamada. Essa segunda chamada é da prova ocorrida em 16/11.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Alguns trabalhos

Dia 22 (terça) 
Entrega da versão final do jogo. Cada equipe vai jogar com o jogo produzido por outra equipe para testar se o mesmo funciona.


Dia 24 (quinta)
Entrega do texto crítico produzido a partir do texto "Nações e Nacionalismo".


Dia 05/12 (segunda)
Entrega do 1º Capítulo da monografia.