quinta-feira, 19 de agosto de 2010

19 de agosto, dia do Historiador

Publicado Quarta-feira, 18 Agosto, 2010 . 2:37 PM hs (3) comentarios
Por Tarcisio Normando

19 de agosto é dia do historiador. Convido o leitor a pensar sobre a História e o Historiador a partir das palavras de alguns mestres.

Dia 19 de agosto é dia do Historiador. Em nível nacional nós, profissionais da História, vivemos um momento interessantíssimo: nunca tivemos tantas revistas de história publicadas com regularidade para um público geral (a Revista de História da Biblioteca Nacional e a História Viva são as melhores); Na TV a Cabo, vários programas e canais com teor histórico conquistam boa audiência; livros de história alcançam posições de destaque nas listas de Best-sellers.

O problemão é em nível local, onde pegamos o caminho da contramão. No início do ano, a Secretaria Municipal de Educação, de forma autoritária, simplesmente expurgou do currículo a disciplina História do Amazonas e, contrariando parecer do próprio Conselho Municipal de Educação, diminuiu, na prática, a carga horária da disciplina História. Além disso, tem tratado todos os professores que buscam se mobilizar para reverter o quadro da maneira mais draconiana possível, em alguns casos, inclusive, removendo-os das escolas onde estão lotados.

Uma atitude burra, mesmo para uma administração municipal que é marcada pelo descompromisso com a educação, pelo uso político-partidário da SEMED, pelo descaso com os estudantes (impossibilitados de construir uma visão crítica da história do estado em que vivem). Mas sobre esse assunto, voltarei a escrever em breve.

Quero, ainda, reverenciar os professores e pesquisadores que tomaram a história não como saber apegado a um passado imutável e empoeirado, mas como instrumento de compreensão e transformação da realidade contemporânea. Assumindo, entretanto, minha completa falta de talento e eloqüência, permitam-me utilizar as palavras de renomados historiadores para retratar o papel e a importância da História para compreender nosso mundo.

Lucien Febvre

“AMO A HISTÓRIA. SE NÃO AMASSE, NÃO SERIA HISTORIADOR. FAZER A VIDA EM DUAS: CONSAGRAR UMA À PROFISSÃO, CUMPRIDA SEM AMOR; RESERVAR OUTRA A SATISFAÇÃO DAS NECESSIDADES PROFUNDAS – ALGO DE ABOMINÁVEL QUANDO A PROFISSÃO QUE SE ESCOLHEU É UMA PROFISSÃO DE INTELIGÊNCIA. AMO A HISTÓRIA E É POR ISSO QUE ESTOU FELIZ POR VOS FALAR, HOJE, DAQUILO QUE AMO” – LUCIEN FEBVRE

Marc Bloch

“O BOM HISTORIADOR SE PARECE COM O OGRO DA LENDA: ONDE FAREJA CARNE HUMANA, SABE QUE ALI ESTARÁ SUA CAÇA” – MARC BLOCH

“AINDA QUE OS HISTORIADORES TENHAM SIDO SEMPRE OS PIORES PROFETAS, CERTAMENTE, NO ENTANTO, PODEM AJUDAR A COMPREENDER AS HERESIAS ACUMULADAS QUE FIZERAM NÓS O QUE SOMOS HOJE” – ROGER CHARTIER

Roger Chartier

Robert Darnton

“OS OUTROS POVOS SÃO DIFERENTES. E, SE QUEREMOS ENTENDER SUA MANEIRA DE PENSAR, PRECISAMOS COMEÇAR COM A IDÉIA DE CAPTAR A DIFERENÇA. QUANDO NÃO CONSEGUIMOS ENTENDER UM PROVÉRBIO, UMA PIADA, UM RITUAL OU UM POEMA, TEMOS A CERTEZA DE QUE ENCONTRAMOS ALGO. ANALISANDO O DOCUMENTO ONDE ELE É MAIS OPACO, TALVEZ SE CONSIGA DESCOBIR UM SISTEMA DE SIGNIFICADOS ESTRANHOS. O FIO PODE CONDUZIR A UMA PITORESCA E MARAVILHOSA VISÃO DE MUNDO” – ROBERT DARNTON

“A FUNÇÃO DO HISTORIADOR É LEMBRAR A SOCIEDADE DAQUILO QUE ELA QUER ESQUECER” – PETER BURKE

Peter Burke

Eric J Hobsbawm

“SER MEMBRO DA CONSCIÊNCIA HUMANA É SITUAR-SE COM RELAÇÃO AO SEU PASSADO” – ERIC J HOBSBAWM

“O mínimo que se pode exigir de um historiador é que ele seja capaz de refletir sobre a história de sua disciplina, de interrogar os diferentes sentidos do trabalho histórico, de compreender as razões que levam à profissionalização de seu universo acadêmico. O mínimo que se pode exigir de um educador é que seja capaz de sentir os desafios do tempo presente, de pensar sua ação nas continuidades e mudanças do trabalho pedagógico, de participar de uma maneira crítica da construção de uma escola mais atenta às realidades sociais” – ANTÓNIO NÓVOA

António Nóvoa

P.S.= Sei que o português António Nóvoa não é historiador de formação e sim educador, mas é um dos mais proeminentes pesquisadores da área de História da Educação, defensor do diálogo transdisciplinar entre as essas duas áreas do conhecimento e seus estudos na área tem o meu reconhecimento e respeito.

Nenhum comentário:

Postar um comentário