Paulo Roberto Sales Neto
Colaboração: Gleiciane Paulo Albuquerque
Estamos no oitavo semestre. Tivemos nossa primeira aula de História do Brasil III na sexta-feira, 05 de agosto, com o professor Carlos Augusto. A primeira coisa que ele falou ao entrar na sala, foi que não estava de brincadeiras e demonstrou que estava falando sério no decorrer da aula, dando chamadas “duras” em alguns alunos, nunca tinha visto antes.
Explicou sobre o modo de avaliação. A AP1 ainda está indefinida, mas a AP2 será associar o tema da monografia com República e a AP3 será as "memórias" da aula. Onde em cada encontro o prof. indicará uma pessoa para relatar a aula e Jaqueline ficará responsável em arquivar todas as "memórias" e ainda foi sugerido divulgar no blog q a turma tem www.uvahistoria.blogspot.com.
Trouxe 20 cópias de um texto: “Um general na biblioteca” de autoria de Ítalo Calvino.
Ele mesmo iniciou a leitura e pediu que nós continuássemos a partir de sua indicação. Ao final parece que o Prof. Carlos não gostou da impostação e da forma como as leituras foram realizadas e perguntou se queríamos saber a sua nota pelo desempenho. Em seguida recusou-se a dar uma nota, pedindo que deixássemos para lá. Abriu a discussão do texto e mais uma vez não o agradamos. Apesar das idéias estarem também em sintonia com o texto, não era a linha de reflexão que desejava para aquele momento.
O texto conta a história de um lugar chamado Panduria, onde os generais desconfiados do que os livros estavam tratando, formaram uma comissão para investigá-los. Passaram dias e dias na maior biblioteca do lugar e elaboraram um relatório ao final da investigação. Pude perceber, e os colegas de sala me ajudaram nesse sentido, que os generais tinham conhecimento apenas de parte da História dos acontecimentos.
O contato com os livros chocou-os por diversas vezes e o relatório, como podíamos esperar, não estava de acordo com o que as autoridades desejavam. O general Fedina, líder de toda a investigação, acabou sendo afastado de suas funções e pelo que me parece o relatório foi arquivado.
A discussão feita pelo professor Carlos, caminha para o sentido da importância que a leitura tem para a nossa formação. É por meio dela que podemos nos colocar, participar dos debates e se posicionar no mundo. Particularmente eu gostei das discussões, mas o nosso curso deixa a desejar quando se trata de formação de leitores.
No início da República os generais tomaram para si a responsabilidade de construição de uma nação. Mas o texto nos colocou questões que colocam em xeque o conhecimento oficial, não como um todo, mas apenas de uma parte da história nacional.
Como sabemos não podemos de forma alguma querermos uma formação plena em História sem termos leituras diversas não só de livros, mas tambem do mundo. Um mundo cercado de diversidade, de seres complexos herdeiros da construção de uma história produzida a partir de muitos conflitos, guerras, lutas etc.
Produzindo cidadãos que sejam críticos, formadores de opiniões, conscientes de seu papel enquanto sujeito da História. Não meros objetos, sem o entendimento e a compreenção do espaço que nos cercam. O conhecimento, intermediado pela leitura, proporciona a libertação, que por sua vez causa esponto, medo aos que detem o poder. Estes alimetam-se da ignorância, da submissão dos que estão sendo manipulado, dando continuidade aos círculo de dominação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário